AVISO IMPORTANTE!!!

Se você é daquelas pessoas que não suportam lugares fechados e tem medo de escuro, provavelmente vai ter pesadelos.

9 de março de 2011

Apenas Dez Minutos

Meus queridos, Shakespeare dizia que "Há mais mistérios entre o céu e a terra, do que possa supor nossa vã filosofia". Existem forças que atuam ao nosso redor, que, a todo momento interferem diretamente em nossas efemeras existencias, alguns chamam de destino, outros de acaso e há aqueles que acreditam que existem muitas dimensões paralelas, e que todas estão interligadas em uma espécie de malha, e ainda, que tudo o que ocorre em uma afeta proporcionalmente a outra que estiver próxima, criando assim uma cadeia de reações prováveis. Para que você entenda, na nossa dimensão, você lê agora essas linhas,em outra dimensão, você nem sequer tem computador, em outra ainda, é você quem escreve e assim por diante infinitamente. E ainda há o fato de que o que você faz aqui, interfere diretamente lá. Uma explosão nuclear aqui, geraria um desarmamento em massa em uma outra dimensão, isso infinitamente e com infinitas variações.
Acontece que acredito no que vejo, e isso ainda não foi devidamente estudado e provado, ainda gira na esfera das hipóteses. Porém, não posso deixar de observar que certas coisas que acontecem conosco, parecem ser provocadas e, normalmente mudam completamente o curso do que acontece aqui.
O que pretendo contar-lhes, é algo que conteceu nos idos de 1979. Precisamente em Lages, Santa Catarina.
O dia chegou chuvoso e parecia que ia pemanecer assim. Eli acordou atrasado e mal conseguiu comer alguma coisa, quando terminou de abotoar o paletó, já estava no portão de sua casa. Ele tinha uma reunião importante em Blumenau e precisava se apressar pois se perdesse o ônibus das oito horas teria de esperar pelo das dez e meia e chegaria precisamente quando a reunião estivesse acabando, e já eram seis e meia. Uma hora e meia seriam suficientes para chegar na rodoviária a tempo, se não houvessem impecilhos no caminho. Mas a vida é uma caixinha de surpresas, e os impecilhos foram se multiplicando pelo caminho e logo Eli percebeu que iria se atrasar. Sua única saída foi propor ao motorista do táxi pagamento dobrado sobre o taxímetro para que ele acelerasse mais um pouquinho, ou melhor, voasse.
Em pouco tempo avistaram a rodoviária, e o ônibus de Eli estava na plataforma. Só mais um pouquinho e Eli estaria a caminho de sua reunião. Porém ao descer do táxi e correr para pegar suas malas, Eli viu o seu ônibus sair lentamente da plataforma. Correr não iria adiantar, pedir que o carro parasse iria causar transtorno a todos que estavam esperando, qual remédio? Chegaria atrasado, e por causa de dez minutos, o que diria aos outros sócios?
Mas como eu disse, a vida se mostra uma caixa de surpresas, e Eli, ainda com as malas na mão e um aperto no peito, ouviu seu nome ser chamado. Era um amigo de infância, estudaram juntos desde o primário e havia algum tempo não se viam. Seu amigo lhe disse que precisava viajar a negócios para Jaraguá do Sul, mas infelizmente iria ter de adiar a viagem por um dia, mas já estava com a passagem comprada e seu ônibus sairia em cinco minutos. Ele havia visto o que acontecera a Eli e lembrou-lhe que o carro que iria pegar passaria por Blumenau e se Eli quisesse ficar com sua passagem tudo bem, depois acertariam. Eli protestou, mas diante da insistencia de seu amigo, acabou aceitando a proposta e logo estava com suas malas embarcadas e sentado confortavelmente em sua poltrona.
pouco antes de partir porém, o motorista teve de abrir a porta para uma jovem que estava atrasada, o que provocou alguns protestos por parte dos outros passageiros, mas logo todos estavam acomodados e seguindo viagem.
A moça, sentou-se ao lado de Eli, e permaneceu calada enquanto o ônibus saia da cidade.
Logo que o ônibus deixou os limites da cidade, a jovem levantou-se e foi discretamente ao banheiro, voltando logo em seguida. Fora tomar um remédio para enjôo, disse ela, e assim começaram um gostoso papo. A moça contou que estava de viajem para Blumenau para visitar uma tia que estava doente, mas que não tinha muitas esperanças de encontrá-la com vida quando chegasse lá, pois sofria de câncer no fígado e já estava nas últimas. A conversa derivou para assuntos mais amenos, e Eli descobriu que a moça, estudara na mesma escola que ele, e inclusive na mesma classe, porém, ele lhe disse que não lembrava dela, o que achava estranho pois lembrava-se da maioria de seus colegas. Ela lhe disse que sempre fora muito quieta e reservada, devido a sua criação rigorosa, era filha de militares. Logo estavam animados com a conversa e falaram sobre muitas coisas, em Eli, algo lhe dizia que o atraso que o fizera perder o primeiro ônibus, fora a melhor coisa que já lhe acontecera, pois estava encantado com a moça. Ah! Não podemos esquecer do nome dela, Brenda.
Já estavam chegando a Rio do Sul, quando de repente, o transito ficou lento, o que só acontecia em caso de acidente, e pelo tamanho da lentidão, a coisa era grave.
Não esperaram muito para saber do que se tratava, logo puderam ver o acidente, que havia ocorrido a pouco, pois ainda havia gente sendo tirada das ferragens retorcidas de um ônibus que havia despencado na encosta da estrada. para espanto de todos, o carro acidentado era da mesma empresa que aquele em que estavam agora, e para horror de Eli, era o mesmo ônibus que ele havia perdido e que agora estava ali, retorcido e desfigurado. Uma vez mais o transito parou e alguns passageiros desceram para tomar informações sobre o acidente. Logo corria a notícia de que as pessoas que estavam mais próximas do motorista haviam morrido, esmagadas entre os destroços e que o acidente fora provocado por um cavalo que atravessara a pista. Ao que tudo indicava, o motorista perdera o controle do carro e batera no alambrado, despencando para o fundo de uma ribanceira muito comum naquelas paragens, pois ali passa o rio Itajaí.
Eli estava em choque e começou a chorar, dizendo que havia nascido de novo, pois além de estar no ônibus, sua poltrona ficaria logo atrás do motorista, o que teria provocado sua morte instantanea. Alguns passageiros ouviram o que Eli disse e riram, outros ficaram intrigados, mas era de comum consenço qeu o acidente ceifara outras tantas vidas. Quando Eli deu-se conta, uma mão estava sobre a sua, era a de Brenda, e ao olha-la Eli percebeu que ela também havia chorado e estava em choque. Ao tentar acalma-la, ela lhe dise em poucas palavras, que desistira de pegar aquele ônibus na última hora, optando por este em que estavam agora.
Milagre diriam alguns, coincidencia diriam outros, e ainda há aqueles que achariam que tudo não passou de uma estória muito bem elaborada.
A verdade é que Eli e Brenda, não muito tempo depois, casaram-se e constituiram família.
E vou revelar-lhes, essa estória, não é uma alegoria qualquer, é claro que omiti nomes e lugares, mas os fatos falam por si e realmente aconteceu o que vocês acabram de ler.
Porém, algum tempo depois, Eli teve sua vida despedaçada em um certo 11 de setembro, quando Brenda a trabalo nos EUA, chegou adiantada para seu vôo, dez minutos.
Dez minutos. Pode não parcer muito, mas para Eli foi a diferença em sua vida, tanto para a vida como para a morte. Como diria Cazuza: "O tempo não pára!", e se pararmos para pensar , alguns minutinhos fazem uma tremenda diferença.


"Bons Sonhos!"

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Fale agora, ou cale-se para sempre!!!!